Quando o desejo ultrapassa a razão.

Quando o desejo ultrapassa a razão, aprisiona o homem em suas garras e o leva rumo ao desconhecido.

Desejo é uma vontade, uma  expectativa de possuir ou alcançar algo. Ele acontece de maneiras e intensidades diferentes, é  uma sensação inerente ao homem desde a primeira infância e o acompanha por toda a vida.

O desejo é um sentimento tão complexo, que até  mesmo os filósofos ao longo da história não conseguiram entrar em acordo, tendo assim vários pontos de vista. Epicuro de Samos , foi um filósofo grego que viveu em Atenas, no período 271 ou 270 a.C., ele  concluiu e seus seguidores defendem,  que a felicidade e mesmo a riqueza está em desejar ou querer apenas aquilo que já se tem,   Zenão de Cício (335-264 a.C.), filósofo que fundou o estoicismo, doutrina que que se caracteriza por uma ética em que a imperturbabilidade, a extirpação das paixões e a aceitação resignada do destino são as marcas fundamentais do homem sábio, defende a teoria que a felicidade está não em desejar que ocorra o que queremos, mas, ao contrário, em desejar o acontecimento.

A teoria de  que a felicidade está em desejar o que não se possui, justificaria o porque,  de após se desejar muito algo ou alguém, de fazer tudo o que estivesse ao alcance, de violar regras, de se empenhar com todas as forças diante da realização de  “um querer”, após alcançá-lo se perder o interesse, e se questionar até o porque lutou tanto para consegui-lo.

Desejar o desejo desperta  sentimentos  muito fortes  que irão impulsionar o indivíduo para sua realização.

Quando é lançado um modelo novo de um veículo, mesmo aquele que já possui  a última versão, se vê desejoso de adquirir a nova, por ser despertado pelos  sentimentos de conquista e  poder. Alimenta seu ego pela admiração que vai causar aos outros em estar pilotando o carro mais top da categoria e pelo desafio de conseguir os meios para satisfazer seu desejo. Em seu subconsciente  a frase é: eu desejo eu realizo. Porém não se sente satisfeito por muito tempo, porque o mundo gira rápido, e novos lançamentos aparecerão e a busca em estar sempre atualizado, escraviza o homem , que pode por traz dessa atitude, estar tentando suprir algo que realmente lhe falte.

Quando o desejo é ligado à  conquista de “um alguém”, sentimentos muito mais complexos são despertados.

Primeiro vem a atração: o conjunto de características e qualidades que despertam a  simpatia  pelo outro, qualidades estas que de princípio satifaz aos olhos. A fascinação pelo belo é um instinto primário.

Depois vem o interesse, a vontade de conhecer mais sobre aquele alguém, que pelo belo lhe chamou a atenção.

Conhecendo a pessoa bela e que preenche os requisitos que inconscientemente  todos carregam, surge o desejo. O desejo de querer  esse alguém para si. E para isso, dispara o sentimento de sedução que nada mais é que a capacidade ou processo de persuadir  “o alguém” a satisfazer as suas necessidades, sejam elas afetivas ou sexual.

A arte da sedução mexe com todos os instintos, talvez por isso pode ser entendido o porque do desejo ser tão mais importante que sua realização.

Para atingir o objeto do desejo, será necessário cuidar da  imagem pessoal, é quando se procura colocar a melhor roupa, usar o melhor perfume, cuidar dos cabelos…para ser notado.

 

 

Tem que mostrar-se interessante, falar bem, mostrar-se informado e procurar usar a mesma linguagem de  quem  se quer seduzir.

 

Ainda é preciso arquitetar o plano de como irá conquistar a pessoa, ativando a criatividade, colocando os neurônios para funcionar a pessoa cria uma sensação de prazer pessoal, que a leva a despertar a libido, que traz a tona a magia de fantasiar.

A fantasia satisfaz a todos os desejos do homem. Através dela se é o que se quer ser, se sente o que se quer sentir, se imagina o que gostaria que fosse real.

Mas nada físico consegue atingir a intensidade do prazer que  a fantasia proporciona. E por isso, o homem ao conquistar o objeto de seu desejo perde parte ou totalmente o interesse, porque fica ansioso em sentir toda  ebulição interior que experimentou enquanto se empenhava em conquistá-lo.

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E como fazer para manter essa sensação? Para que o objeto do desejo ora realizado, continue a causar emoções tão importantes e se sentir feliz, é preciso se conscientizar de que nada nem ninguém nos pertence. Que nada é definitivo, e que mais difícil que conseguir é manter o que se tem sob seu  poder ou ao seu  lado.

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Pensando dessa forma, todos os instintos serão aguçados em preservar o que se possui e prolongará o prazer, trazendo a felicidade em valorizar o que se tem, e alimentar o amor pelo “alguém” objeto de seu desejo.

 

Quando a atração por outra pessoa é muito grande, o desejo de possuir pode levar homens e mulheres a cometerem grandes loucuras.

Desejar de mais pode levar ao amor platônico, uma forma doente de amar ou levar a violências, como estupro e morte, por não suportar o sofrimento que a falta do outro lhe causa.

 

O desejo move o homem, faz ele buscar o crescimento profissional e pessoal, mas se não for direcionado de maneira racional, poderá levá-lo a falência  emocional.

 

 

 

 

 

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